Eu sei, você já ouviu inúmeras vezes que mau hálito é problema no estômago. E se eu te disser que esse órgão é o mais inocente de todos nessa história?
A halitose – nome científico do mau hálito – é causada, em 90% dos casos, por problemas de saúde bucal: gengivite, periodontite, saburra lingual e boca seca. Ou, no máximo, na garganta (cáseo amigdaliano).
Os dois problemas estomacais que raramente causam halitose correspondem a menos de 5% dos casos. São eles a úlcera e o refluxo, que afeta justamente a válvula que separa o esôfago do estômago – o que pode levar a alterações no odor.
O fato é que, se a maior parte dos casos o mau hálito não é causado por problemas no estômago, não faz sentido buscar um gastrologista. Certo?
Não é isso que diz o senso comum. Em vez de ir direto em um especialista que consegue direcionar o melhor tratamento – ou seja, um cirurgião dentista indicado pela Associação Brasileira de Halitose (ABHA) -, as pessoas procuram o médico. Quando não é o gastro, é o otorrinolaringologista.
E o arroto?
O famoso arroto, que tecnicamente falando é eructação gástrica – afeta o hálito, mas só por um tempo. Além disso, o odor é completamente diferente daquele identificado em pessoas com halitose.
Outro mal entendido se deve ao jejum intermitente, que pode causar mau hálito. Mas não tem nada a ver com comer ou com o estômago. Acontece que a falta de alimentação leva o corpo a liberar corpos cetônicos que levam ao mau hálito.
Portanto, se você tem mau hálito, não culpe o coitado do estômago. Procure um dentista especializado e vá direto à raiz do problema.