A decisão de fazer um implante dentário pode não ser fácil. Já expliquei aqui que o procedimento não é um bicho de sete cabeças. Ainda assim, surgem muitas dúvidas em relação à intervenção, os benefícios e os riscos. Preparei uma lista de questionamentos comuns sobre o assunto para ajudar quem ainda está avaliando se o investimento vale à pena e quais os principais cuidados a serem tomados. Confira:
1- Os benefícios vão além da estética
Dependendo do local em que houve a perda dentária (ossos maxilar e mandibular), a mastigação e a dicção também são afetadas. Os dentes são formados pela coroa (parte visível) e pela raiz (parte que fica dentro da gengiva). As próteses removíveis, também conhecidas como pontes móveis, e as dentaduras permitem recuperar parte dessas funcionalidades, mas somente os implantes osseointegrados são capazes de devolver a capacidade plena, muito próxima a dos dentes naturais. O tratamento é o mais moderno na implantodontia para reposição dentária.
2- O índice de sucesso estimado é maior que 90%
Além de se tratar de uma cirurgia simples, com pós-operatório tranquilo, o índice de sucesso no implante ultrapassa os 90%. Isso porque o uso do titânio, que é introduzido na estrutura óssea, facilita a integração sem que o corpo apresente rejeição. É claro que não é possível afirmar que a chance de dar certo é absoluta, pois, como eu sempre digo, cada caso é um caso. Porém, o índice de pacientes que, por algum motivo, perdem o implante é muito baixo. E nada supera os benefícios de uma prótese fixa, que pode durar grande parte da vida de uma pessoa (dependendo do organismo e da higiene bucal), que terá uma qualidade de vida superior à que teria usando uma prótese móvel.
3- A recuperação da cirurgia não é traumática
A colocação total do implante ocorre em dois tempos: a inserção da raiz de titânio e, quatro a seis meses depois, a aplicação da prótese (coroa). A cirurgia da primeira etapa é realizada com anestesia local e, em geral, no próprio consultório. Para se ter uma ideia, os riscos são inferiores a uma extração de dente inclusos, como o dente do siso, por exemplo. O repouso recomendado depois da intervenção costuma ser de 48 horas, no máximo, ingerindo alimentos líquidos e pastosos. Há também a possibilidade de fazer os chamados implantes imediatos, em que a prótese é colocada 72 horas depois da primeira etapa, mas essa indicação só pode ser feita depois de avaliar o paciente.
4- Em caso de perda, o implante pode ser refeito
Apesar de ser muito raro, podem ocorrer problemas quando se trata do corpo humano. No caso do implante, os fatores mais comuns são execução inadequada da técnica, excesso de carga durante a mastigação ou falta de higiene bucal. Em todos os casos, é possível remover o implante e aplicar outro logo depois.
5- Escolher um bom dentista é primordial
A implantodontia é uma das áreas que mais crescem no País. Por outro lado, a especialidade é uma das que mais são denunciadas aos órgãos reguladores por serviços malfeitos e problemas técnicos. Assim, é importante pesquisar bem a reputação do profissional antes de se submeter ao procedimento. Um bom começo é fazer uma busca com o nome completo ou número do registro do dentista no site do Conselho Federal de Odontologia (CFO). Nunca é demais lembrar que todos os profissionais do ramo necessitam desse registro para atuar. Buscar referências também é importante (a internet pode ser uma boa aliada). Depois, marque uma consulta e pergunte tudo o que precisa saber. É a partir desse momento que se começa a estabelecer a confiança, imprescindível para tomar decisões relacionadas à saúde.
6- Baixo custo pode significar uso de produtos piratas
Estima-se que se usam peças piratas em um terço dos implantes dentários realizados ao ano no Brasil. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo). Esse é um problema sério, porque o material pirateado leva à perda do implante e o pior: à proliferação de bactérias que causam infecção. Portanto, desconfie quando o procedimento tiver um custo muito mais baixo do que a média do mercado (em geral, a peça mais pirateada custa 60% a menos). Você também pode pedir ao dentista que especifique o nome do fornecedor do material e o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que garante que as peças passaram por um controle de qualidade.
Depois de saber tudo isso, com certeza você já pode dizer que possui informações suficientes para tomar uma decisão sábia em relação ao seu sorriso e a sua saúde bucal. E o melhor: sabe o melhor caminho para fazer um implante dentário bem-sucedido.